Bancos utilizam interdito para impedir greve

Publicado em: 09/08/2010
Bancos utilizam interdito para impedir greve

A Campanha Nacional dos Bancários já começou e estamos prontos para iniciar a nossa luta contra os banqueiros.

Infelizmente os bancos a cada ano jogam sujo com a categoria e tentam impedir a qualquer custo as nossas mobilizações com os INTERDITOS.

No último dia 12 de julho o Santander conseguiu obter na Justiça o bloqueio e, em seguida, a retirada de R$ 94 mil da conta corrente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. Meteu a mão no dinheiro da categoria, através de uma ação de interdito movida em 2006, durante a campanha salarial, e que estabelecia uma pesada multa caso o Sindicato continuasse a cumprir a sua obrigação de fortalecer a greve dos bancários. Como o Sindicato não recuou, foi multado.

Em outra ação de interdito, também movida em 2006, e somente agora executada, o Unibanco conseguiu que o Judiciário determinasse o bloqueio de R$ 157.666,00 do Sindicato do Rio de Janeiro, que recorreu da decisão. O valor da multa, neste caso, é maior, e se executada, pode tirar mais de R$ 574 mil das finanças da entidade, ou seja, dinheiro das mensalidades pagas pelos bancários.

    A lucratividade dos bancos au-menta a cada ano, e os banqueiros permanecem no jogo duro protelando as negociações e utilizam o Interdito para impedir a greve.

Com esta prática os bancos ainda soli-citam que os sindicatos sejam punidos com multas. Sabemos que o interdito não proíbe os bancários de entrar em greve, mas impede toda e qualquer manifestação nas agências, ou em frente a elas, e mesmo os piquetes de convencimento.


CONSTITUCIONAL


No ano passado vários juízes trabalhistas negaram pedidos de concessão de interditos proibitórios. Todos lembraram que a greve é um legítimo direito garantido pela Constituição Federal. Um deles, Hélio Monjardim, afirmou que as ações de interdito proibitório "se revestem de meio processual inadequado para impedir o legítimo direito de greve, sendo as ações, por si só, um ato de intimidação".