Bancos públicos estudam não cobrar juros de cheque especial

Uma das medidas em discussão, entre os bancos oficiais e o Ministério da Fazenda, para tentar reduzir o custo dos empréstimos no país, é garantir aos clientes dessas instituições o uso do cheque especial por alguns dias no mês sem a cobrança de juros. A medida, que já foi adotada por concorrentes da iniciativa privada, visa evitar que correntistas que recorrem eventualmente a essa forma de crédito por um prazo curto, fiquem reféns do custo elevado do cheque especial. A proposta surgiu durante discussão da equipe econômica, mas cada banco ainda estuda a viabilidade de implementá-la. A Caixa deverá divulgar suas ações para reduzir o custo dos empréstimos e o BB deverá fazer o mesmo na sequência.
No entanto, uma parte da equipe econômica teme que a iniciativa seja interpretada como uma tentativa do Governo de impor regras ao sistema financeiro privado.
Diante do cenário de concorrência cada vez mais acirrada na área financeira, a avaliação é que as instituições oficiais são um instrumento importante para influenciar o comportamento do mercado financeiro. Esse raciocínio baseia-se na experiência de 2009, quando os bancos oficiais lideraram a oferta de crédito para estimular a economia.
Com isso, evitaram que a concessão de empréstimos secasse e forçaram a concorrência privada a manter as operações, mesmo que num ritmo menor.