Bancos não cumprem leis de segurança e questionam multas da PF na Justiça

Os bancos iniciaram uma disputa judicial milionária com a Polícia Federal para não pagar as multas aplicadas pelo descumprimento das normas de segurança nas agências. O pior é que estão obtendo decisões favoráveis.
Nem o aumento dos ataques a banco, que no primeiro semestre chegou a 838 em todo o país, sensibiliza as autoridades que, mesmo sem uma justificativa plausível, preferem anular as penalidades. As autuações normalmente são referentes a problemas no alarme, câmeras inoperantes e número insuficiente de vigilantes, quando não chega a zero.
No dia 06/07, o Itaú Unibanco, Santander, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e HSBC foram multados em R$ 635,6 mil por falhas no sistema de segurança. O curioso é que, um dia depois, a Febraban divulgou nota informando que as falhas são pontuais.
Mas quem utiliza o serviço bancário sabe que os problemas não são meramente administrativos. O risco nas agências é constante e a fiscalização deve existir. Desde 2008, a Polícia Federal aplicou 5,8 mil multas contra os bancos. O total desembolsado é de R$ 55 milhões, valor que não corresponde nem ao lucro trimestral de cada uma das instituições financeiras. Em vez de questionar as multas, os bancos deveriam montar uma força tarefa para verificar o cumprimento da Lei Federal nº 7.102/83 e das normas de segurança da Polícia Federal, bem como das legislações municipais e estaduais que obrigam a instalação de equipamentos, como portas giratórias, câmeras de vídeo, vidros blindados nas fachadas, biombos antes da fila de espera nos caixas e divisórias individualizadas entre os caixas eletrônicos, dentre outros", frisou o diretor da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr,"A vida precisa ser colocada acima do lucro".