Bancos combinam lucros com demissões
Publicado em: 26/10/2020

Este ano, muitas pequenas e médias empresas demitiram funcionários diante das dificuldades econômicas agravadas pela pandemia que paralisou o país a partir de março. Muitas chegaram a fechar suas portas. Situação muito diferente do setor bancário, que encerrou 2019 com um aumento superior a 30% nos lucros e, mesmo assim, recorreu às demissões para otimizar seus resultados financeiros em 2020. Mesmo com as crises econômicas e sanitárias, os bancos demitiram e descumpriram um acordo de não dispensar seus funcionários durante a pandemia.
Em 2019, os lucros nos bancos bateram recordes. O lucro dos cinco maiores bancos do país somou R$ 108 bilhões no ano passo, uma alta de 30%, em 12 meses. O Itaú registrou, em 2019, um lucro de R$ 28,3 bilhões, o Bradesco, R$ 25,8 bilhões e o Santander, R$ 14,5 bilhões. São esses três bancos que agora batem recordes de demissões. Passaram a demitir seus funcionários antes do final do primeiro semestre deste ano, semanas depois de se comprometerem na mesa de negociações com o movimento sindical a não recorrerem à demissão durante a pandemia. Desde janeiro, foram mais de 12 mil demissões.
O primeiro banco a puxar a fila das demissões foi o Santander, que não esperou muito e começou a demitir ainda no primeiro semestre. O Itaú passou a demitir funcionários já no segundo semestre, o mesmo acontecendo com o Banco Mercantil do Brasil. A mais recente adesão à lista dos descumpridores do acordo foi a do Bradesco, que combinou uma campanha publicitária para alardear que estava se preparando para o futuro, mas adotou um ritmo de demissões que tem se acelerado nas últimas semanas.