Banco do Brasil convoca funcionários do grupo de risco para trabalho presencial
Sem nenhuma negociação com o movimento sindical, a direção do Banco do Brasil iniciou, através de um comunicado aos gestores nessa quarta-feira, dia 24/11, a convocação dos funcionários do grupo de risco, com exceção das gestantes, para o retorno ao trabalho presencial. A atitude gerou protestos da coordenação do Comando Nacional dos Bancários e da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), durante videoconferência com o vice-presidente corporativo e o diretor de pessoas do BB.
O esquema de retorno implementado pelo BB estabelece o retorno gradativo nos meses de novembro e dezembro, observando os percentuais mínimos de 50% (em novembro), 75% (para a primeira quinzena de dezembro) e 100% (até o final de dezembro). Só não deixou claro quais critérios serão adotados nesse processo. “Mais uma vez o BB age de forma irresponsável e covarde, por não debater com os representantes dos funcionários esse retorno e por jogar a responsabilidade desse processo, tão delicado, aos gestores e gestoras das dependências”, disse Marcos Alvarenga, funcionário do banco e presidente do SindBancários Petrópolis. E isso já tem causado problemas. No país todo houve relatos de funcionários que foram contatados por gestores para irem trabalhar já no dia seguinte. “Devemos lembrar que esses funcionários estão com sua estrutura profissional modificada para o trabalho remoto há mais de um ano e principalmente seguem possuindo comorbidades, das mais diversas e elas não deixaram de existir por conta da vacinação contra a Covid-19. A pandemia não acabou e vemos diversos países voltando a adotar meditas restritivas. O momento é de cautela e cuidado, não de afobação e negligência”, reforça Alvarenga.
Para respaldar o posicionamento em favor da proteção dos funcionários e funcionárias do BB, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) procurou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a entidade, as pessoas de grupo de risco poderiam voltar ao trabalho presencial, no atual cenário, mediante a orientação de um médico assistente. Diante dessa informação da Fiocruz, os representantes dos bancários cobraram durante a reunião, um posicionamento da direção do banco o que, até a publicação desse documento, não ocorreu.
No comunicado sobre retorno presencial, o BB acrescentou a cobrança do ciclo vacinal completo, uma medida defendida há meses pelo movimento sindical, mas que somente agora está sendo cobrada pelo banco.
Orientamos os funcionários e funcionárias que sentirem seus direitos ameaçados e que sofrerem qualquer tipo de assédio, a entrarem em contato com dirigentes do sindicato.