Banco Central mantém Selic em 13,75% ao ano, maior patamar desde 2017

Publicado em: 22/09/2022
Banco Central mantém Selic em 13,75% ao ano, maior patamar desde 2017

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu ontem, dia 21/09, manter a taxa básica de juros da economia nacional, a Selic, em 13,75% ao ano. A decisão foi anunciada no final da tarde. Com isso, o BC encerra uma sequência de altas da Selic promovida desde o início de 2021.


Naquela época, a Selic era de 2% ao ano, menor patamar da história. A taxa, contudo, foi elevada 12 vezes por decisão do Copom até chegar a 13,75% ao ano em agosto, maior patamar desde janeiro de 2017, ou seja, em quase seis anos.


A Selic serve como parâmetro para os juros cobrados em operações de crédito no Brasil. Por isso, quando ela sobe, os empréstimos ficam mais caros, adiando decisões de compra e, em tese, colaborando para que preços não subam, o que reduz a inflação. As altas, em compensação, comprometem decisões de investimento. Isso tende a reduzir o crescimento da economia.


Segundo o Banco Central, de agosto de 2021 a julho de 2022, o governo gastou R$ 586 bilhões para pagar os juros da dívida pública nacional. Isso corresponde a 6,31% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) gerado pela economia brasileira durante esse período.


É também quase o dobro do gasto com juros acumulados de agosto de 2020 a julho de 2021. Naquele período, quando a Selic ainda estava entre 2% ao ano e 4,25% ao ano, o gasto com juros foi de R$ 323,5 bilhões, o que representava 3,94% do PIB.


De acordo com o Tesouro Nacional, aproximadamente 76% de todos os títulos da dívida brasileira pertencem a instituições financeiras, fundos de investimentos e de previdência, ou seja, aos bancos.