Bancários negociam com Fenaban a prevenção do assédio moral e fim das metas abusivas

A Contraf-CUT e Fenaban reuniram-se ontem em uma mesa temática de Saúde do Trabalhador, realizada em São Paulo.
O foco da discussão foi o Programa de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, que tem como objetivo prevenir o assédio moral e outras formas de violência nos bancos.
Na reunião, foram debatidos alguns pontos divergentes, como o item do programa que prevê a realização de cursos e outros eventos com bancários e gestores com foco no assédio moral.
Os trabalhadores reivindicam a participação do movimento sindical em relação ao conteúdo dessas atividades, o que não está previsto na proposta. Representantes da Fenaban se compro-meteram a consultar os bancos sobre o tema.
Outra questão tratada foi o item proposto pelos bancos que prevê que os sindicatos não encaminhem às empresas denúncias anônimas de assédio moral. Os representantes dos bancários deixaram claro que não irão passar aos bancos o nome dos denunciantes, para não deixá-los expostos a represálias, a menos que estes peçam expressamente que isso seja feito.
Os bancos compreenderam a situação e se comprometeram a dar um retorno sobre o tema.
Segundo a Contraf-CUT, o maior impasse ocorreu na discussão sobre a cláusula que impede a divulgação por banco ou sindicato do nome dos denunciados por praticar assédio moral.
Os bancários reivindicam a liberdade de fazer denúncia pública do assediador, em casos de recursos extremos. Já os bancos preferem manter a proibição da divulgação. As partes buscarão uma alternativa em suas próximas negociações.
Em relação ao fim das metas abusivas, a Fenaban trouxe reposta negativa ao alegar que se o problema das metas é que elas propiciam o surgimento de casos de assédio moral, o programa de prevenção de conflitos em debate seria o bastante para resolver o problema.
Uma nova reunião da mesa temática será agendada para o mês que vem..
“É importante avançarmos nessa discussão para conquistarmos um ambiente de trabalho mais saudável, evitando assim, também, as doenças profissionais, que tanto atacam a categoria”, afirma o secretário de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Bancários de Petrópolis e São Jose do Vale do Rio Preto, Iomar Bento Torres.