Bancários não aceitam demissões e cobram compromisso do banco

Demissões atingem trabalhadores de departamentos e agências em diversas regiões do país e provam a quebra da palavra da diretoria do banco
A Contraf-CUT, federações e sindicatos não aceitarão a postura do Itaú Unibanco de demitir trabalhadores num momento em que os lucros da empresa batem recordes a cada ano, atingindo R$ 13,3 bilhões no ano passado, o maior da história dos bancos brasileiros. O movimento sindical está iniciando com este Dia Nacional de Luta uma campanha em todo o país pela garantia de emprego a todos os bancários.
“A eliminação dos empregos deixa clara a quebra do compromisso assumido após a fusão pelos presidentes dos dois bancos, Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, de que não haveria demissões no processo de integração”, afirma o funcionário do Itaú e presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. “Esperamos que a diretoria de RH do banco traga soluções para as reivindicações dos bancários na próxima negociação”, afirma.
A declaração dos banqueiros ocorreu nos primeiros dias após o anúncio da fusão, em 2008. O movimento sindical bancário cobrou da empresa por diversas vezes a assinatura de um acordo que garanta a manutenção dos empregos e direitos aos funcionários dos dois bancos. No entanto, a empresa se recusou a dar essa tranquilidade para seus funcionários.
“A diretoria do Itaú Unibanco deixou claro que não ocorreriam demissões, mas o fato é que até mesmo bancários premiados no programa Agir perderam seus empregos, o que evidencia o desrespeito do banco com seus trabalhadores”, ressalta Carlos Cordeiro.“No caso dos departamentos, enquanto aumentam as demissões, cresce também o número de trabalhadores terceirizados, precarizando as condições de trabalho e os direitos. O banco deveria contratar mais bancários, para diminuir a sobrecarga de trabalho que coloca em risco a saúde dos trabalhadores”, completa.