Bancários estão entre os que mais adquirem LER/Dort

Publicado em: 25/02/2011
Bancários estão entre os que mais adquirem LER/Dort

Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), mostram uma realidade já conhecida na prática dos Sindicatos: são os trabalhadores do ramo financeiro que apresentam, proporcionalmente, o maior número de casos LER/Dort (Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).



Segundo a médica sanitarista Maria Maeno, especialista em saúde do trabalhador e coordenadora da equipe que elaborou em 2006 o protocolo de LER do Ministério da Saúde,  “os números não são exatos. O INSS, por exemplo, só relaciona os trabalhadores que receberam o benefício, mesmo assim, eles reforçam o que percebemos na prática. Ou seja, que o meio bancário, com a cobrança de metas inatingíveis, sobrecarga de trabalho, ritmo excessivo, pressão e assédio moral, é o que mais adoece os trabalhadores por LER/Dort”.


Em 2008, segundo a Pnad, mais de 69 mil trabalhadores do ramo financeiro disseram ter diagnóstico médico de tendinite ou tenossinovite, manifestações clínicas das LER/Dort.

    De 2005 a 2008, 1.489 bancários receberam benefício por incapacidade causada por doenças do sistema musculoesquelético.     A médica reforça que, apesar de alto, esse total não dá conta da realidade, já que diversos bancários com LER são “invisíveis” para a Previdência: “Não entram nas contas do INSS, as pessoas com LER que continuam trabalhando e não entram os que tiveram o benefício negado.”

    Para ela, apesar dos avanços como o protocolo LER e o NTEp (nexo técnico epidemiológico), o Estado brasileiro ainda não dá a atenção devida ao problema. “A saúde do trabalhador ainda não entra na equação que calcula o crescimento econômico. Ela merece mais atenção do governo e mais espaço na agenda de políticas públicas”, defende.

    Lembramos que no próximo dia 28 será  o Dia Internacional de Prevenção à LER/Dort.