Bancários da Argentina ganham quase o dobro dos brasileiros

Publicado em: 06/10/2011
Bancários da Argentina ganham quase o dobro dos brasileiros



O piso dos bancários brasileiros é mais baixo que o praticado pelos bancos da Argentina e Uruguai, segundo pesquisa feita pela Subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos) da Contraf-CUT. O salário de ingresso nos bancos no Brasil é equivalente a US$ 735, inferior ao pago no Uruguai (US$ 1.039) e quase metade do recebido pelos argentinos (US$ 1.432).


A comparação do valor por hora trabalhada também é bastante desfavorável para os bancários do país. O piso dos brasileiros é equivalente a US$ 6,1 por hora de trabalho, enquanto os argentinos ganham US$ 9,8/hora, seguidos pelos uruguaios, que recebem US$ 8/hora. Segundo o levantamento, cerca de 140 mil bancários recebem o piso no Brasil, Ou seja, cerca de 30% ou quase um terço da categoria.


A economia do país cresce, os bancos lucram cada vez mais, entretanto os salários pagos aos funcionários é bem inferior ao do resto do mundo, inclusive da América do Sul. 

Além de receber um piso inferior ao dos bancários argentinos e uruguaios, a categoria no Brasil sofre com o alto custo de vida, um dos maiores do continente. A Fenaban e o governo ainda vêm com a balela de que conceder aumento real de salários pode resultar em aumento da inflação. Poder de compra para o trabalhador não gera inflação, mas crescimento econômico.


O Brasil possui o segundo maior custo de vida da América do Sul, atrás apenas do Chile e é o sexto colocado no ranking de consumo domiciliar por pessoa, sendo ultrapassado por Argentina, Chile, Uruguai, Venezuela e Peru. Argentina, Paraguai e Bolívia aparecem como as nações com menor custo de vida. A conclusão é do Programa de Comparação Internacional da América do Sul, pesquisa feita pelo Banco Mundial que comparou o nível de preços e o poder de compra em 10 países do continente. Estes números são mais uma prova de que os bancos podem e precisam atender as reivindicações.