Bancários aprovam proposta e encerram greve

Publicado em: 27/10/2015
Bancários aprovam proposta e encerram greve

Os(as) bancários(as) presentes na assembleia geral, realizada na noite de ontem 26/10, aprovaram a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (FENABAN), que prevê reajuste de 10% para salários, piso e PLR, e de 14% para vales alimentação, refeição e 13ª cesta.


Os(as) bancários(as), dos bancos públicos e privados de Petrópolis, retornam às atividades a partir de hoje, 27 de outubro. As propostas às reivindicações específicas do BB e da CEF também foram aprovadas durante a assembleia.


As rodadas de negociações tiveram início no dia 19/08 com o tema emprego, nos dias 02 e 03/09 foram tratadas as questões sobre saúde, segurança e condições de trabalho, seguidos por negociações nos dias 09/09 (Igualdade) e 16/09 (Remuneração). Mas, apenas no dia 25/09 (36 dias após a 1ª rodada de negociação), a FENABAN apresentou uma proposta global com o índice de reajuste de 5,5% mais abono de R$ 2.500,00. Em assembleias realizadas em todo o país no dia 01/10, os bancários mostraram sua indignação rejeitando o índice proposto pelos bancos, que significava 4,38% abaixo da inflação e aprovaram a greve que teve início no dia 06/10. “Há nove anos a FENABAN não apresentava uma proposta abaixo da inflação. Em 2006 a inflação era de 2,85% e a proposta de 2%”, disse o Presidente do Sindicato, Marcos Alvarenga.


A greve teve início forte e continuou, dia após dia, crescendo em adesão e agências fechadas. O primeiro dia atingiu 6.251 agências e no dia 19/10 (14º dia de greve) o número aumentou para 12.496 agências (um crescimento de, praticamente, 100%), forçando a FENABAN a chamar nova rodada de negociação para o dia seguinte, 20/10, quando apresentou uma nova proposta de 7,5% sem o abono. Essa proposta foi rejeitada, imediatamente, pelo o Comando dos Bancários e as negociações recomeçaram na quarta-feira, ocasião na qual a FENABAN elevou o índice para 8,75%, mais uma vez sendo rejeitado pelo Comando, deixando claro que os bancários não sairiam dessa greve sem, no mínimo, repor a inflação.


Finalmente, na sexta-feira dia 23/10 a FENABAN apresentou a proposta de 10% de reajuste, sendo 14% para os vales refeição e alimentação. Em relação aos dias parados, a proposta dos bancos eram duas, à escolha do bancário: pagar integralmente as horas de greve ou compensar 100% dos dias parados. Após intensa negociação, chegou-se à proposta de compensação dos dias parados com o abono de 63% das horas dos trabalhadores de 6 horas, de um total de 84 horas, e 72% para os trabalhadores de 8 horas, de um total de 112 horas.


“Os 4,5% a mais em relação aos 5,5% iniciais é o maior crescimento em percentual dos últimos 20 anos. Fruto de uma greve forte, a maior dos últimos 20 anos em número de agências paralisadas”, disse Alvarenga, que concluiu “Infelizmente vemos que, apesar do aumento de agências fechadas, o número de bancários dentro dos locais de trabalho durante a greve também aumentou. Enquanto a categoria não tiver a consciência de que a greve não é dos sindicatos e seus diretores, mas sim responsabilidade de todos, não teremos a força necessária para alcançar as conquistas que merecemos”.