Auxílio Brasil de R$ 600,00 não compra uma cesta básica

Publicado em: 19/07/2022
Auxílio Brasil de R$ 600,00 não compra uma cesta básica

Em 2020, o Auxílio Emergencial de R$ 600,00 foi uma conquista da CUT e da oposição para atender trabalhadores e trabalhadoras que estavam sem renda por causa da pandemia do novo coronavírus. O governo de Jair Bolsonaro (PL) queria que o auxílio fosse de, no máximo, R$ 200,00. A luta dos trabalhadores, com apoio da maioria dos deputados e senadores, elevou o valor para R$ 600,00 que era o quanto custava uma cesta básica em média no país naquele ano. Depois, quando precisou renovar o auxílio porque a pandemia não dava trégua, Bolsonaro baixou para R$ 400,00.


Agora, a três meses da eleição, Bolsonaro pressionou sua base aliada para votar a PEC do Desespero Eleitoral, que vai permitir ao governo gastar acima do teto, elevando o valor do auxilio para R$ 600,00 até dezembro, entre outras medidas que visam o voto dos brasileiros mais pobres.


Acontece que, ao contrário de 2020, hoje, os 13 produtos necessários à alimentação do povo brasileiro custam em média R$ 777,00, um aumento de 23%. Em média, a cesta básica nos últimos 12 meses, teve um aumento de 20% nas capitais do país e o menor reajuste de 13% foi registrado em Curitiba, Paraná. 


A atitude eleitoreira do presidente, portanto, não vai garantir que os mais pobres tenham comida suficiente à mesa. Além disso, diferente do auxílio emergencial que foi pago a 67,9 milhões de pessoas, incluído autônomos e desempregados, o novo auxílio Brasil será pago a 18 milhões de famílias cadastradas no CADúnico. Isso têm levado milhares de necessitados a enfrentar filas durante a madrugada para conseguir renovar ou fazer um novo cadastro, em todo o país. Cerca de 2,78 milhões de famílias estão na fila para receber o benefício, segundo o último levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).