Audiência na Câmara cobra Santander

Representantes dos trabalhadores pressionaram banco para que retome negociações, interrompa de vez as demissões e respeite seus aposentado
As comissões de Legislação Participativa e a de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados realizaram nesta quinta-feira 5 uma audiência pública para discutir as demissões no Santander e outras denúncias contra a instituição. A deputada Emilia Fernandes (PT-RS) havia solicitado a audiência em junho após receber informações de bancários que davam conta das centenas de demissões no banco no início de 2009.
O presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, foi um dos convidados para a audiência, que contou também com a presença de diversos deputados, entre eles Nelson Marquezelli (PTB-SP), e de outros dirigentes sindicais e representantes dos trabalhadores, como Paulo Salvador, diretor do Sindicato e presidente da Afubesp. O presidente do Grupo Santander Brasil, Fabio Barbosa, também foi convidado, mas não compareceu. Em seu lugar enviou um representante, o gerente de Relação Sindicais do Santander, Jerônimo dos Anjos.
“Consideramos a audiência muito positiva. Foi praticamente unânime a cobrança para que o Santander retome as negociações, interrompa definitivamente as demissões e para que respeite seus aposentados”, afirmou o presidente do Sindicato. O coordenador da Comissão Nacional dos Aposentados (CNA) que trabalhou no Santander, Herbert Moniz, lembrou da falta de pagamento das gratificações semestrais e dos reajustes aos aposentados da instituição.
Moniz disse também que os problemas se arrastam sem solução desde a privatização do Banespa, em 2000.
O banco não cumpriu o compromisso, conforme a resolução 118 do Senado de garantir recursos exclusivos para reajuste das aposentadorias. “Caso o banco não cumpra a resolução o mais rápido possível, a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), cujas assinaturas já foram recolhidas, poderá ser um bom caminho para solucionar o problema”, destaca Marcolino.
O encontro ainda trouxe outros resultados positivos, como a decisão do envio de carta ao Ministério do Trabalho solicitando dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) para confirmar as informações referentes às demissões no Santander, uma vez que o banco não disponibiliza essas estatísticas para os representantes dos trabalhadores.
“O banco que se diz tão transparente omite esses dados, apesar da nossa insistência. O representante do Santander passou durante a audiência a imagem de que tudo vai muito bem, que o banco está negociando, que não há problema nenhum para os aposentados, mas sabemos que não é bem assim”, disse Marcolino.
Danilo Pretti Di Giorgi - 05/11/2009