Além da Caixa, líder do governo também se omitiu em caso de assédio

No final de 2020, uma funcionária graduada da Caixa Econômica Federal denunciou ao deputado Ubiratan Sanderson (PL/RS), então vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, que havia sofrido assédio sexual cometido por Pedro Guimarães, ex-presidente do banco. Segundo reportagem do portal Metrópoles, o deputado confirmou ter conversado com a empregada da Caixa e ouvido o relato de assédio, mas desconsiderou a denúncia e pediu provas.
O Metrópoles informou que a denúncia foi feita em um café na Asa Sul de Brasília. A empregada disse que, durante uma viagem de trabalho ao Amapá, Guimarães se aproximou e a tocou sem sua permissão. Depois, teria mandado recados estranhos durante uma viagem à Paraíba. Após a recusa do assédio, a vítima passou a ser perseguida dentro do banco, mesmo tendo bom desempenho profissional. O deputado foi o escolhido para receber a denúncia porque a vítima tinha contato com ele.
“O deputado se omitiu diante do depoimento da vítima. Preferiu desconsiderar a denúncia e exigir provas de um caso que, sabemos, é feito de maneira a não deixar vestígios”, criticou o dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro.
As empregadas(os) cobram resposta, pois a comissão de investigação criada pela nova presidenta da Caixa para apurar o caso tinha 90 dias para apresentar os resultados da investigação.
No dia 16 de setembro, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), enviou ofício à Caixa solicitando informações. Até o momento o banco não respondeu ao ofício.